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UMA MARATONA AQUI NA CÂMARA APONTOU FERRAMENTAS PARA SE CHEGAR A UMA LINGUAGEM SIMPLES, PRINCIPALMENTE NA ESFERA PÚBLICA, PARA QUE O CONTEÚDO DOS TEXTOS SEJA O MAIS CLARO POSSÍVEL. A REPÓRTER LARA HAJE ACOMPANHOU DEBATE SOBRE O TEMA.
Comunicar é se fazer entender. E se fazer entender é especialmente importante na comunicação pública, dos governos e dos órgãos públicos com a sociedade, seja em documentos, em ações judiciais, contratos, matérias jornalísticas ou conteúdo de redes sociais.
No dia 13 de outubro, foi comemorado o Dia Mundial da Linguagem Simples, para dar visibilidade a um movimento mundial de alerta sobre a responsabilidade de os governos usarem a linguagem como instrumento de inclusão social.
Para celebrar a data, o Laboratório Hacker e o Conselho de Comunicação Social da Câmara dos Deputados promoveram na Casa a “Maratona Linguagem Simples para a Cidadania”.
Presidente do Conselho de Comunicação Social da Câmara, a deputada Any Ortiz (Cidadania-RS) frisou a importância do uso da linguagem simples para que a sociedade participe mais do processo legislativo.
Diretor-executivo de Comunicação e Mídias Digitais da Câmara, Cléber Machado destacou que, para além de informar, os órgãos públicos têm que promover uma comunicação efetiva com o cidadão.
Diretor de Inovação do Labhacker, Walternor Brandão ressaltou que entender as informações públicas é um direito social essencial dos cidadãos.
“A verdade é que a compreensão das informações públicas é sim muitas vezes uma questão de vida ou morte. Afinal, se não entender, como o cidadão vai exercer a cidadania? Como ele vai fazer valer seus direitos em saúde, por exemplo, ou previdência social ou segurança pública ou ter acesso a programas sociais?”.
Já a jornalista e educadora Heloísa Fischer, fundadora da empresa de comunicação Comunica Simples, dedicada ao ensino da linguagem simples, disse que o Brasil chegou tarde ao tema, há menos de dez anos, mas avançou rapidamente. Segundo a especialista, o caminho da linguagem simples é de transformação cultural, lembrando que a linguagem também é um instrumento de distinção e poder e, de acordo com o seu uso, pode fomentar ou diminuir a desigualdade social.
“A cultura organizacional, se ela privilegia uma comunicação clara, direta, concisa, você vai ter que se acostumar a isso, mas a gente sabe que na cultura brasileira a gente tem aquele ditado, aquela fala, que eu acho horrível, que falar bonito é falar difícil”.
No evento, também foi o lançado um Manual de Linguagem Simples, produzido pela Edições Câmara. A autora, a jornalista e servidora da Câmara Patricia Roedel, informa que a publicação foi feita a partir de uma demanda do Conselho de Comunicação da Câmara, mas que o manual é destinado a todos que queiram saber mais sobre essa metodologia.
Patricia enfatiza que a primeira providência para melhorar a comunicação é fazer um planejamento, levando-se em conta para quem o texto se destina.
“Então, saber para quem você está falando, quem você está informando, com quem você desejaria falar. Então, não existe um texto em linguagem simples por si só. A gente tem que saber que o mesmo texto, por exemplo, um projeto de lei, pode estar em linguagem simples para que outro deputado leia, para que um advogado leia, para que eu, que sou uma pessoa que não entende nada de legislação, de redação legislativa, entenda. Ou uma pessoa de baixa escolaridade. São peças diferentes.”
As ferramentas da linguagem simples incluem a eliminação de informações desnecessárias e dos vícios de linguagem, além da organização do texto de modo a facilitar sua compreensão. Patrícia Roedel destaca ainda a importância da avaliação e da testagem para assegurar que o cidadão está de fato compreendendo e acessando as informações.
Fonte: Rádio Câmara